domingo, 30 de março de 2014

Pra você, Quênia.

Ontem vi um casal brigando na rua.

_ Pega sua chave, Quênia, não vou dormir com você.
_ Não vou pegar. Não aceito isso - choramingou ela.
_ Vai sim. - ele disse jogando a chave no rosto dela.
Me afastei até não conseguir ouvir mais no momento em que ela começou a chorar. Foi uma cena e tanto.



Querida Quênia,
Sei que não tenho nada a ver com briga de casal no meio da rua, que não te conheço, que não sou psicóloga de ninguém, e muito menos escrevo coluna de revista de fofoca que dá "dicas de como ser uma boa esposa e companheira sexual" mas veja bem, pequena, o que mesmo você não aceitou na noite passada?
Foi um fato já ocorrido? Então vou te contar, se é que você quer saber, que fatos não voltam no tempo para ocorrerem de novo e de modo diferente. Encare isso, aceite. 
Foi alguma coisa que você não fez? Aceite o fato dele não acreditar em você. Quem não deve não teme, e a verdade sempre vem à tona.
Não aceitou o término do namoro? Aceite que as coisas acabam, querida. Segue sua vida. Como disse um amigo meu, "tem gente demais nesse mundo".
Não aceitou seja lá o que tiver acontecido e ficou lá, chorando na rua o resto na noite? Fez papel de idiota então, Quênia. E com aquele decote e aquele short, sozinha, poderia ter sido estuprada (brinks gente, só pra descontrair e citar o tema atual das galáxias). Ninguém chora assim, no meio da rua, queridinha. 
A discussão acabou e cê foi chorar em casa? Fez papel de idiota de novo, amiga. E dessa vez foi pra você mesma. Chora não. 

Quênia, minha jovem, desculpe os meus conselhos distorcidos, é que eu preciso reparar em briga de casal na rua pra desabafar sobre as coisas que eu não tenho coragem de aceitar também. Espero que você esteja bem hoje. Saia, vai tomar uma cerveja. Sorria. E principalmente, tente fazer melhor da próxima vez. A vida é muito curta pra ficarmos rejeitando as coisas que acontecem nela. E por mais que eu saiba disso, eu rejeito algumas coisas também, viu?

Beijo da sua mais nova amiga. 



sábado, 29 de março de 2014

A amizade acaba

Uma crônica de Antônio Prata, remixada e modificada pela autora.
Nota: a crônica original é "O Amor Acaba", mas autora acredita, que assim como o amor, a amizade também pode acabar. E que isso seja natural. 


Às vezes, a amizade acabaAssim foi e assim será. Numa Quarta-Feira de Cinzas, num sábado de carnaval. A amizade se perde, entre o rebolado de três passistas, debaixo da saia da baiana, o bumbo ecoando as batidas que já não vêm do coração. A amizade encolhe, anoréxica, suicida-se de melancolia; acaba num átimo, de infarto - "tão jovem!", dirão -, ou aos poucos, pingando, em lenta e imperceptível hemorragia, pálida amizade; morre de velhice, de obesidade, de preguiça, entre cartas de amor e contas de luz de 2007: a amizade embolora, cria fungosamarela; acaba entre um sorriso e um soluço, no meio do filme, no cinema, no movimento do riso que busca o outro na poltrona, mas riso já não há; acaba no papel de bala amassado, metido no bolso: lá se vai ela, tão frágil, a amizade; acaba no mesmo ombro de sempre, na sala, num sorriso triste, na distância entre dois mundos diferentes, num abraço estéril, cadê a amizade que estava aqui? O gato comeu, o ladrão levou, o anel que tu me destes era vidro e se quebrou, acabou em vaidade, a amizade que tu me tinhas, cadê, meu Deus, a amizade? A amizade escorre, escapa, dissolve, seca, evapora-se de nós, pobres criaturas; a amizade acaba nas férias, na praia, no sol, em segundas-feiras cinzentas no escritório, em piscinas e cinzeiros, em abraços e ofensas, a amizade acaba com ódio, acaba mesmo com amor, nem tanto, um tanto só, de amor; acaba sozinha, culpada, acaba em conjunto, triste; esquece-se a amizade, como uma música da infância, uma tarde em que morremos de rir, uma cidade inteira onde já estivemos e já não está mais dentro de nós; onde foi parar a amizade? Foi-se embora pra Pasárgada, onde é amiga do rei (de nós, certamente, já não é), fugiu para Maracangalha (com Amália?), aposentou-se no beleléu, foi pro inferno, pro limbo, pro céu ou, quem sabe, reside agora num baú, num sótão, numa rua calma em Santa Rita do Passa Quatro; a amizade não escolhe o momento de terminar, vai-se no susto de um pôr-do-sol interrompido por uma buzina, no primeiro ônibus da manhã, é soterrada pela pilha de jornais atirados diante da porta, vai embora com a borra do café; Em todos lugares a amizade acaba; a qualquer hora a amizade acaba; por qualquer motivo a amizade acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer... a amizade acaba.








sexta-feira, 28 de março de 2014

Vinte mil coisas que me incomodam em você

Você me incomoda quando me ignora.
Me incomoda quando fala muito alto.
Quando dorme demais.
Me incomoda quando não está me ouvindo.
E ainda mais quando me ouve, mas discorda de tudo no fim.
Me incomoda quando decide, definitivamente, que vai me incomodar pelo resto de nossas vidas.
Você me incomoda muito quando cochila no sofá depois do almoço sem escovar os dentes.
Me incomoda quando me abraça frouxo porque tá com preguiça.
Me incomoda por ser preguiçoso.
Quando não quer falar ao telefone e desliga sem ao menos dar "tchau".
Você me incomoda demasiadamente quando pergunta sobre o meu passado e eu percebo que não tem ciúmes de nada dele.
Me incomoda quando pergunta pela septuagésima décima primeira vez o dia do meu aniversário.
Me incomoda por gostar de coisas que não gosto e me fazer gostar de te ouvir sobre elas.
Me incomoda esse seu quarto bagunçado.
Essa nossa vida, essa relação, bagunçada.
Me incomoda quando ignora se alguém toca nesse assunto.
Incomoda também quando está longe e não dá notícias.
Incomoda por reparar nos meus defeitos e fazer piada deles.
Você me incomoda por saber diferenciar quando estou errada de quando finjo estar certa.
Me incomoda quando me dá presentes olhando pra baixo, sem me abraçar.
Incomoda por rir do meu ronco. E por sair da cama sem avisar.
Me incomoda o fato d'eu te amar. 
Mas o fato que mais me incomoda em você é quando você finge que tá tudo bem.
Porque, se quer saber, pra mim não tá tudo bem com essa porrada de coisas me incomodando em você.


quarta-feira, 26 de março de 2014

Sonhei com você

"...e a esperança de que ele esteja bem seja onde for, não diminui o vazio que ele deixou."

Sonhei com você, Geovane. Sonhei que ainda éramos velhos amigos (e primos, em primeiro lugar). Que a camisa do seu time ainda estava pendurada no varal como no dia em que você se foi. Eu ria, porque certa vez você me viu vestindo a camisa do time oponente e resolveu me dar a do seu, de presente. Falara: "Olha aqui, Aline, como essa é mais bonita que a sua."
Sonhei que ainda dirigia o seu velho carro onde só cabiam duas pessoas na frente e mais uma espremida no banco de trás. Admito que você entendia de carros bem melhor do que eu, mas aquele, meu amigo, não era mesmo um carro bom.
Sonhei que você ainda fazia piadas sobre eu me tornar alcoólatra morando em uma cidade universitária.
Quero te contar que me formei oficialmente a dois dias atrás e que bebo algumas cervejas sim, tenho amigos, tenho um trabalho, mas infelizmente ainda não tenho minha própria motocicleta. E por falar em motocicletas, por que mesmo você pegou a sua aquele dia? Saiu pra beber com seus amigos, não é mesmo?
Não te culpo por tê-la pego e muito menos por ter bebido. 
Não é hora de culpar ninguém por nada.
Mas você o fez. Bebeu e dirigiu. Acabou com a sua vida, e tirou parte das nossas.
Sonhei com seu riso farto. Com sua facilidade em fazer piadas em qualquer situação. Mas o que você fez não teve graça, amigo. O que você fez me doeu mais do que ver seu pai chorando. 
Quero te contar que a vida por aqui anda meio sem graça, que eu te pediria conselhos sobre o cara de quem sou afim e até te chamaria para beber, se você estivesse aqui.
Te conto por último, mas não menos importante, que a vó continua orando pelos netos como ela sempre fez. E acho incrível a capacidade dela de não distinguir quem tá aqui na terra de que não tá.
Quero te perguntar como é estar aí do outro lado. Se faz frio, se tem sol, e você já viu nosso avô por aí, usando aquela boina cinza e o meu outro avô, tomando uma coca gelada. Se realmente só tem gente boazinha como ensinaram quando éramos crianças.

Sonhei com você, cara. E isso me fez sentir sua falta de uma maneira inexplicável. 
E como não posso te pedir pra voltar, peço só que aguarde com calma. Não demora muito, sua esposa, seus pais, e a vovó vão chegar aí. É a lei dos homens de bem.
Tenha calma, que eu prometo ter calma por aqui também. 
Um abraço.








segunda-feira, 24 de março de 2014

Carta para um futuro não muito distante

"Eu reformei a casa, você não soube disso. Nem das outras coisas.
Sabe, eu tive um filho. Faz tempo que eu me perdi de você..."

Senti um frio indescritível na noite em que você partiu. Me lembro bem de como fez aquela mala às avessas, cheia de sonhos e camisas surradas, todas bem amontoadas.
Disse-me que eu deveria ter paciência, que o tempo passaria rápido, que você voltaria logo e eu, cegamente acreditei. Senti que seu abraço foi o mais apertado que conseguiu forçar e o beijo no rosto, o mais longo. E quando acabou, ainda estava de olhos fechados, e então reparei suas pálpebras pulsantes. 
Colocou a velha mochila jeans nas costas, o boné preto na cabeça, e saiu pela porta da sala de estar (onde não mais estaria). Exitou por meio segundo e olhou para trás, me observando em todos os ângulos que os olhos conseguiam. Disse as três palavras que eu nunca esquecerei, por mais batidas e clichês que fossem: "Eu-amo-você".

Se quer mesmo saber, não sou ninguém para duvidar do que disse. Afinal, se você duvidar do que eu sentia naquele momento, eu lhe serei muito rude a dizer que não sabe o que é o amor. E isso machucaria aos dois. Por isso não duvido que foi sincero.

Passaram-se dez anos desde então, e a última notícia que tive foi a ligação de quatorze de fevereiro, enquanto eu cozinhava o jantar, dizendo: "Estou bem, não se preocupe."
Acho que ainda não entendo o que é amor. Conheci outra pessoa, me casei, tive filhos, mas penso em você todos os dias, incessantemente. Quer que eu repita? EU-PENSO-EM-VOCÊ. Penso em como seus cabelos devem estar brancos e lembro que aquela pulseira que usava já não deve te servir mais. Penso se você pensa em mim. Se reflete sobre o seu ato de dizer que ama alguém. Penso se eu ainda existo aí dentro de você como você vive aqui, nesse quarto empoeirado que guardei dentro d'alma.
Qualquer dia, se der, volta pra buscar as coisas que esqueceu no armário do banheiro e na cômoda envernizada.  Entra de mansinho, e se eu estiver dormindo no sofá, por favor não faça barulho.
Mas se me ver andando por aí, não atravessa a rua não. Pode ser que eu ainda queira sentir seu perfume.


Jurei diversas vezes que não mais escreveria a respeito o amor. Mas, você continua sendo a razão pela qual eu escrevo, repetidamente, sobre o sentimento que me faz pensar em porque não escrever sobre você. 


sábado, 22 de março de 2014

O Palhaço

A tristeza nunca foi destaque na vida de Bruno. Ele sabia desde cedo, aprendendo com o pai que seja lá o que a vida significa, seja qual for o motivo de estarmos aqui (se é que existe um), nada inclui a ser triste.
Sentir-se bem enquanto estamos aqui é fazer bom proveito de todo esse tempo.
Mas Bruno sabia que poucas pessoas pensam assim, e quando pensam, não praticam tal teoria no cotidiano. Então ele, depois de formar-se advogado, decidiu que levaria alegria de uma forma simples e fez-se um incrível palhaço. Porém, nada de praça ou picadeiro. Bruno investiu na carreira hospitalar. Visitou todo tipo de doente e conseguia, com palavras doces, fazer com que aquelas pessoas tristes, nem que por um segundo, sorrissem por coisa boba. Foi, aos poucos, deixando sua primeira profissão de lado e compreendendo o sentido de tudo.
Quando o conheci, eu estava deitada na enfermaria 3 do hospital Márcio Cunha, com as duas pernas quebradas. Sozinho, vestido à caráter e com um nariz vermelho, simples, respondeu a pergunta da senhora deitada ao meu lado de uma forma que jamais esquecerei:
_ Palhacinho, ei, palhacinho! Por que estás aqui? Qual o teu salário?
_ Não recebo salário não, minha senhora. O meu pagamento é a satisfação em mostrar às pessoas que sorrir é um dos maiores bens que temos nessa vida.



Esta história fictícia é uma homenagem da autora ao projeto HAART (Humanização da Assistência através das Artes), do qual recebeu uma homenagem na noite de ontem. O projeto da escola de medicina da Universidade Federal de Ouro Preto forma jovens "Doutores de Alegria" e pessoas conscientes de que fazer o próximo feliz é uma das melhores formas de ser feliz também.





sexta-feira, 21 de março de 2014

Feliz Aniversário, Carol.

Já faziam uns três anos que Carolina tinha o diálogo em mente e tudo o que queria dizer anotado de várias formas, pensando como iria responder a cada diferente reação dele. Ela anotou de caneta vermelha no caderno de notas, digitou no computador, no celular, no iPad e repassou as falas durante o fim de semana. Ela precisava de um tempo pra ensaiar, ia dar certo! Ela realmente queria dizer aquilo. Estava engasgada, sufocada, doente até. Não dava mais. Olhava pro espelho do guarda-roupa e repetia ofegante:

"Sim! Eu gosto de você, Ramon!"

"Me dá uma chance de te fazer feliz!"

"Arruma suas malas aí, ô idiota! Vamos viajar para um lugar chamado felicidade."
(Nessa ela riu até a barriga doer e acabou riscando)

"Se toca que eu tô na tua, desgraçado!"

Se divertiu a noite inteira com a quantidade de merda que sua cabeça inventara em falar e adormeceu diante da janela aberta com a lua refletindo no lustre.
Acordou no dia seguinte com dor de estômago, foi ao banheiro, tomou o omeprazol em jejum e se lembrou de repente, como se nunca tivesse lembrado um dia, que aquela segunda-feira ensolarada era seu aniversário de 18 anos. E ela sabia que ele viria. A qualquer momento ele apareceria com algum pequeno embrulho contendo bombons ou algo barato que caiba no orçamento de um estudante. E ela diria tudo o que ensaiou.
Mas depois de tantas visitas e ligações, a única que importava não apareceu.
Ligou na casa dele às 23:30:
_ Dona Lúcia, oi, é a Carol. O Ramon tá por aí?
_ Minha querida! - respondeu a empregada com voz de choro - Sinto te informar, mas o Ramon faleceu hoje pela manhã, atropelado ao sair de casa. O velório será amanhã às sete.

Uma lágrima caiu. Depois outra. E mais uma.
E então, a partir daquele dia, ela entendeu que a vida não precisa de ensaios.


Nota: esta é uma crônica pré-adolescente escrita por uma pessoa que aos 22 anos de idade, só ensaia.

quinta-feira, 20 de março de 2014

O preço da "bolacha"

Não é mesmo de se esperar que um casal maduro, que tenha vivido um terço de suas vidas juntos, brigue por coisa atoa, mas Juliana e Márcio já não andavam se bicando de uns tempos pra cá.
Ouvi a vizinha dizer que na semana passada os dois esqueceram a pequena Clara, de apenas nove anos, na escola. Brigaram sei lá por qual motivo e não combinaram quem a buscaria. Coitada da menina.
"A coisa devia tá preta", comentou tio José enquanto a gente assistia o noticiário que divulgava a história do casal que se desfez. Na minha opinião, eles até que formavam um casal simpático. Ela sempre muito bem arrumada e maquiada, ele perfumado com essências famosas, carro na garagem, filha em escola cara, e imagino até que deviam estar planejando outro herdeiro. Mas é claro que a velha máxima do "sei lá o que, marido e mulher, não se enfia a colher" faz sentido. Eu é que não botava minha mão no fogo pra dizer que eram realmente felizes. Ser "bem de vida" nunca significou ser feliz. Ainda mais na vida à dois.
Sei não, mas eu já morei com outras pessoas, e olha que nunca assinei papel com elas na frente de padre, mas tinha dia que eu queria mesmo era ficar sozinha. Somos todos muito diferentes. Meu antigo namorado, o Carlos Henrique, é que o diga. Nós não chegamos ao ponto da Juliana com o Márcio, mas por vezes era discussão atrás de discordância. Terminamos do dia em que ele decidiu que o melhor lugar do mundo é o Acre e se mandou. Foi tarde. Eu é que não ia viver naquele calor com ele.

Mas voltando ao caso dos vizinhos: hoje de manhã deu no noticiário local que uma mulher atirou no marido, e descobrimos que eram eles. Não sei se tinha rolado algo no meio do dia, mas a vizinha dos fundos que deu entrevista afirmou com toda certeza que ouviu o seguinte diálogo por volta das 18 horas:

Ela: _ A Clara precisa comer, pega lá os biscoitos.
Ele: _ É bolacha.
Ela: _ Biscoitos!
Ele: _ Bolacha!
Ela: _ É BIS-COI-TO!

E ouviu-se um tiro e o grito dele. A vizinhança curiosa correu pra ver, mas foi só um tiro na perna. Chamaram a emergência e ele foi embora pro hospital.
Ela já prestou depoimento, mas não sei mesmo o que vai acontecer. Achei um absurdo tudo isso, e justo na frente da filha!

A moral da história é que agora ele aprendeu que o nome correto é "biscoito".  


quarta-feira, 19 de março de 2014

"Malas prontas, tudo ok."

Tenho uma séria impressão de que meus pulmões precisam de ar. Tá na hora de trocar aquela velha saudade que me consumia há alguns três quartos de anos atrás, encher uma garrafa com água bem gelada e comprar a primeira passagem do primeiro trem que tiver no dia da partida. Chega da saudade antiga.
É hora de fazer as malas, lacrar caixas e jogar os velhos extratos bancários no lixo.
Entender o que é realmente ter um emprego. E empregar alguns sonhos na empresa das realizações.
É o momento de deixar a saudade das matanças de aula e começar a ter saudade delas.
Deixar a saudade do rapaz de boné e sentir saudade daquele que me fez entender que eu preciso me amar, antes de amar alguém enlouquecidamente.

De mudança.
E junto com a mudança física, de roupas e livros, vem a mudança da alma.
É hora de colocar em prática toda a teoria do verbo "crescer".