segunda-feira, 28 de julho de 2014

sábado, 26 de julho de 2014

Carta à um "não-amor"

Vou começar te contando do clima. Sabe como é, né?! Preciso dar uma disfarçada com assuntos inúteis antes de começar a falar sobre o verdadeiro motivo a que se destina esse texto. Então, hoje amanheceu chovendo. O clima está bem frio e úmido como a cidade proporciona a quem escolhe viver por aqui. Os transeuntes passam pelas ruas com suas capas de chuva e guarda-chuvas e todos como sempre tem destinos incertos. Vão para onde se sentem atraídos, como velhos e bons turistas de cidades históricas. E eu continuo aqui, no mesmo posto de sempre. O meu posto de solidão, exaustão e mal humor. Continuo a mal dizer o tempo e as coisas que acontecem sem ter porquê. Continuo com a cara fechada que você costumava odiar... Aliás, deixo de rodeios e digo logo que hoje senti sua falta. Senti mesmo. Depois de meses tive a sensação de que deveria ter me despedido com essa frase: "vou sentir sua falta". Porque por mais que eu tenha dito que não iria sentir, te contradizendo toda vez que me falava que eu sentiria, sabia que no fundo essa hora ia chegar. Tantas vezes eu ri de você quando sismava em repetir frases impactantes sobre saudade e tempo... e eu nem parava pra pensar em como o tempo me afetou e em como eu me ceguei a somente uma pessoa e não tive tempo em te olhar com outros olhos... não tive tempo de me apaixonar por você de verdade e de coração. Em suma, não aproveitei o tempo que tive com você, antes que você partisse de vez. A propósito, te confesso agora que deixei escapar uma lágrima quando o vi sair por aquela porta. Desculpa, minha alma é só e não se acostuma nunca com o fato de perder qualquer que seja a companhia. Não vi apenas você saindo, vi o seu perfume, o seu abraço, seu beijo e as coisas que dizia pra me fazer sorrir. Vi sair pela porta uma oportunidade que a vida me deu e que eu deixei passar. Vi sair um possível amor e uma pequena vontade em me apaixonar. Vi muitas coisas saindo além do seu olhar.
Bom, é isso que queria contar. Só que senti saudade de você por hoje e espero sinceramente que amanhã passe, pois sei que não voltarei a te ver, mesmo que essa saudade aumente.

Ah! Mais uma coisa: obrigada por ter sido pra mim um "não-amor": uma pessoa que me fez bem, mas passando pouco tempo comigo não me fez amar. E assim, não me trouxe dores como todos os já conhecidos e velhos amores.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Filosofia de banheiro

Aeeeaeae! Pareceria de blog! Agora com meu queridíssimo companheiro de residência, Sr. Felipe (mesmo ele estando de férias e eu com a casa toda pra mim \o/), faremos o "Filosofia de Banheiro". 
Frases, poemas, pensamentos e pirações aleatórias na parede do nosso banheiro e de quais banheiros mais se candidatarem haha. Espero que curtam essa loucura aê. 

Ah é! Visitem o blog do Felipe Sabec também: Avulso's Bar ;)



domingo, 20 de julho de 2014

Informatização de sentimentos

Suvacando versinhos em pleno domingo de trabalho ocioso. O "Informatização de sentimentos" será uma série. Ou seja: virão mais versinhos por aí :)


sábado, 19 de julho de 2014

Drama


"Fica a história pra contar, fica a lembrança que habita
Aonde não se consegue tocar, aonde nada mais se modifica..."

Não aguento pessoas dramáticas. Não aguento problemáticas.
Não suporto quem vive por aí se queixando que a vida tá ruim, que as coisas não dão certo, que se apaixonar é para os fracos e que sorte, no geral, é só pra quem é bonito e esperto. 
Mas contradigo-me completamente sem cautela quando lembro dela. 
Não consigo deixar de me queixar por a ter perdido de tal maneira. 
Quanto azar de uma só vez. Quanta sorte desperdiçada, talvez. 
Me sinto fraco demais quando penso que me apaixonei perdidamente por aqueles cabelos, aquele sorriso e todas as besteiras das quais nós ríamos juntos. Sinto em dizer que o toque das mãos dela jamais deixarão de ser sentidas quando fecho meus olhos. E ali, sentindo o leve roçar da pele fina em meu rosto, ainda de olhos fechados consigo enxergar o mais claramente possível: seu olhar. Os dentes brancos em sorrisos silenciosamente deliciosos em dias ociosos.

E quanto mais o tempo passa, mais clara a imagem fica. 
E se amplifica.  
É um sonho à luz do dia. 
Visão inevitável, nostalgia imensurável. 
E foi incontrolável: parti em busca de alguém que fosse um pouco parecido com ela  e no resto eu daria jeito. Não deu. Em seguida tentei me afastar de qualquer alguém que fosse parecido com ela pra não dar jeito em restos. Fracassei mais uma vez. 

Ela é meu passado e meu presente. 
O futuro a Deus pertence, mas sinto que a encontrarei por lá também, mesmo que só em pensamento. 
Dizem que o tempo dá um jeito em tudo. Mas ainda não o vi fazer efeito com o fato d'ela estar aqui no meu peito. 
Pulsante, saltitante e sorridente como só ela conseguiu ser entre todas as pessoas que já conheci na vida. 

Um dia, quem sabe, eu deixo de me queixar se ela voltar a me olhar. Voltar a dizer que eu estou errado, que deveria levar o guarda-chuva e o casaco, que não deveria deixá-la vácuo. Não faço drama, falo a verdade. E se parecer drama à alguém, digo com sinceridade: nunca existirá drama dentre toda essa saudade.




quarta-feira, 16 de julho de 2014

Reciprocidade, a tirinha

Porque de vez em quando dá uma vontade tremenda de rabiscar uns desabafos e essa manhã acabou saindo minha primeira "tirinha". Gosto muito da ideia da Página "Anna Bolenna - A perturbada da corte" e apesar de não conseguir desenhar como a autora, acabo me inspirando. As minhas ideias tão aqui, doidinhas para sair, o que falta é só talento (coisa pouca, né não?! haha). 


Obs.: o desenho foi à lápis e à mão em um papel chamex mesmo. Digitalizei e coloquei um efeito qualquer.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

O que eu aprendi com a Copa do Mundo

Já que o assunto do momento é esse, então lá vou eu:

Não entendo de futebol. Não sei quando é cartão amarelo, quando é vermelho, quando é verde, quando é roxo. Não sei quando é escanteio e muito mesmo o tal do impedimento que, convenhamos, é bem complicado mesmo. Sou brasileira e gostei de ver o nosso esporte mais marcante sendo representado, nossos jogadores famosos em campo (ou não) sendo aplaudidos, nosso povo de verde e amarelo, vestindo a camisa, enfeitando as ruas, as casas, pintando a cara. Achei lindo do início ao fim (mesmo que ainda não tenha acabado em definitivo).
Sou turismóloga, trabalho em um hotel, peguei em dezenas de passaportes para fazer check-in e amo entrar em contato com novas culturas e pensar no mundo (literalmente) de possibilidades que teria viajando e conhecendo países. E o que eu aprendi com a Copa do Mundo no meu país? Aprendi que alguns Argentinos são fofos e gentis, aprendi que na Bélgica se fala flamengo, alemão e francês. Aprendi a falar "merci" com um Francês, aprendi que Atlanta é a capital do estado da Geórgia (EUA), aprendi-a-ensinar o nosso português para muitos estrangeiros que se interessam de verdade pelo idioma, aprendi que alguns americanos são extremamente gratos a favores e informações dadas com sorriso no rosto. Aprendi que os indianos são respeitadores de verdade. Aprendi a receber três alemães após uma derrota em casa, conversar em inglês e rir por não entender alemão e nem eles compreenderem o português.

Aprendi, em uma SENHORA aula de Geografia e História, que apesar de todos os problemas que enfrentamos (não só no Brasil, mas no Mundo) exemplos de educação, bons modos, sorrisos e lágrimas entre pessoas de culturas tão diferentes não se vê com tanta frequência por aí. Além mais, entendi também que algumas pessoas podem viajar o mundo e continuarem medíocres, mas que muitas pessoas, sem saírem de seu país, podem se tornar melhores a cada dia.

Aprendi a ler e respeitar comentários sobre política, desorganização e miséria em meio ao chamado "show". Aprendi a distinguir as coisas. Que cada um deve ser cuidado e revisto em seu devido tempo e espaço.

Repito: não entendo de futebol. Mas vou lhes contar que sei o que é gol, sei o que é um gol contra, sei o que é vitória e o que é derrota. Então, digo com a mais absoluta certeza que a verdadeira derrota, meus amigos, é nos fecharmos as lamentações e fazer do esporte um muro das mesmas. Derrota é você aí, sentado na frente do seu computador, espiando a vida dos outros sem dar um palpite, levantar uma palavra ou escrever uma linha sobre o que pensa do seu país. Derrota é não tentar conhecer outras culturas e esquecer que vivemos em um mundo gigante e cheio de pessoas maravilhosas, cada uma com sua criação. Derrota mesmo é não pensar antes de votar no representante da sua turma do colégio, na chapa do Centro Acadêmico, no síndico do prédio, no presidente da República. Derrota é morrer de fome e de desgosto. Derrota é a sua nossa acomodação. Lembra da frase "seja a mudança que você quer ver no mundo"? Eu aprendi com a Copa do Mundo que isso é muito sério.

E o Brasil pode até não ter ganhado a Copa, mas o seu povo ganhou um momento único para entender o que é respeito e repensar muitos dos seus conceitos. 

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Véi, na boa!

Dia desses fui contratada para fazer o cerimonial de uma festa super requintada de aniversário e me deparei com uma reflexão levemente improvável. Bom, o fato é que observando as crianças da festa que obviamente estavam em uma área separada dos adultos, tratando de inventar suas próprias brincadeiras para espantar o frio e o tédio, ouvi a menina mais velha, aparentemente com seus treze anos, chamando a menina mais nova, com oito, de "véi". De repente me vi ali, com meus colegas do colégio, no início dos tempos dessa gíria. Ah uns, sei lá (fingindo que não sei), mais ou menos dez anos atrás (sendo bem legal)? E propositalmente me dei conta de que falo até hoje, que tenho muitos amigos que falam, que os meus pais falam, que o meu irmão fala, que os meus colegas de trabalho falam, que muita gente fala pela rua e que até no cinema nacional eu já vi uma versão melhorada para "velho" (mas que não deixa de ser um "véi" humildemente disfarçado, até porque, todos sabemos muito bem que essa é a origem da gíria).
O tempo passou, e falar "véi" não te deixa com a sensação de que alguém vai rir ou te achar descolado. O "véi" é um "você" para amigos, um substantivo-adjetivo que acabou se adaptando as gerações, se esquivando para sobreviver em meio aos risos debochados de quem dizia não ser uma pessoa de idade para que fosse chamado assim. Não sei quanto as demais regiões do país, mas em Minas o "véi" tem o seu reinado. E além de se tornar meme e mito, olhem como ele também já tem até um espacinho no dicionário (mesmo que informal): clica aqui, véi!
Confesso que quando essa moda completou alguns anos, cheguei a acreditar que não duraria mais. Porém, algumas substituições foram disfarçadamente rejeitadas pelos adeptos do "véi". Falar "mano", "brother", "fi" e até "viado" foi um tremendo fracasso. E o "véi", mesmo que não conhecido por ele, já vai se tornando uma expressão do "tempo do Onça" embora comumente utilizada.
A questão é que o "véi" se tornou a barata na biologia das gírias, o diamante na geologia dos jargões, uma estalagmite na espeleologia das novas palavras. E véi, na boa... será que as futuras gerações vão pegar isso também? Será que os "véis" vão mesmo se tornar velhos e continuar falando? QUEM VIVER VERÁ!