sexta-feira, 11 de julho de 2014

O que eu aprendi com a Copa do Mundo

Já que o assunto do momento é esse, então lá vou eu:

Não entendo de futebol. Não sei quando é cartão amarelo, quando é vermelho, quando é verde, quando é roxo. Não sei quando é escanteio e muito mesmo o tal do impedimento que, convenhamos, é bem complicado mesmo. Sou brasileira e gostei de ver o nosso esporte mais marcante sendo representado, nossos jogadores famosos em campo (ou não) sendo aplaudidos, nosso povo de verde e amarelo, vestindo a camisa, enfeitando as ruas, as casas, pintando a cara. Achei lindo do início ao fim (mesmo que ainda não tenha acabado em definitivo).
Sou turismóloga, trabalho em um hotel, peguei em dezenas de passaportes para fazer check-in e amo entrar em contato com novas culturas e pensar no mundo (literalmente) de possibilidades que teria viajando e conhecendo países. E o que eu aprendi com a Copa do Mundo no meu país? Aprendi que alguns Argentinos são fofos e gentis, aprendi que na Bélgica se fala flamengo, alemão e francês. Aprendi a falar "merci" com um Francês, aprendi que Atlanta é a capital do estado da Geórgia (EUA), aprendi-a-ensinar o nosso português para muitos estrangeiros que se interessam de verdade pelo idioma, aprendi que alguns americanos são extremamente gratos a favores e informações dadas com sorriso no rosto. Aprendi que os indianos são respeitadores de verdade. Aprendi a receber três alemães após uma derrota em casa, conversar em inglês e rir por não entender alemão e nem eles compreenderem o português.

Aprendi, em uma SENHORA aula de Geografia e História, que apesar de todos os problemas que enfrentamos (não só no Brasil, mas no Mundo) exemplos de educação, bons modos, sorrisos e lágrimas entre pessoas de culturas tão diferentes não se vê com tanta frequência por aí. Além mais, entendi também que algumas pessoas podem viajar o mundo e continuarem medíocres, mas que muitas pessoas, sem saírem de seu país, podem se tornar melhores a cada dia.

Aprendi a ler e respeitar comentários sobre política, desorganização e miséria em meio ao chamado "show". Aprendi a distinguir as coisas. Que cada um deve ser cuidado e revisto em seu devido tempo e espaço.

Repito: não entendo de futebol. Mas vou lhes contar que sei o que é gol, sei o que é um gol contra, sei o que é vitória e o que é derrota. Então, digo com a mais absoluta certeza que a verdadeira derrota, meus amigos, é nos fecharmos as lamentações e fazer do esporte um muro das mesmas. Derrota é você aí, sentado na frente do seu computador, espiando a vida dos outros sem dar um palpite, levantar uma palavra ou escrever uma linha sobre o que pensa do seu país. Derrota é não tentar conhecer outras culturas e esquecer que vivemos em um mundo gigante e cheio de pessoas maravilhosas, cada uma com sua criação. Derrota mesmo é não pensar antes de votar no representante da sua turma do colégio, na chapa do Centro Acadêmico, no síndico do prédio, no presidente da República. Derrota é morrer de fome e de desgosto. Derrota é a sua nossa acomodação. Lembra da frase "seja a mudança que você quer ver no mundo"? Eu aprendi com a Copa do Mundo que isso é muito sério.

E o Brasil pode até não ter ganhado a Copa, mas o seu povo ganhou um momento único para entender o que é respeito e repensar muitos dos seus conceitos. 

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