quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Apaga e acende


"Teremos coisas bonitas pra contar
E até lá
Vamos viver
Temos muito ainda por fazer 
Não olhe pra trás
Apenas começamos
O mundo começa agora
Apenas começamos..." 

Ontem no trabalho tive uma das provas mais concretas de que começo a conhecer a vida adulta. Sabe quando a ficha cai? Então. Precisei apresentar um comprovante de residência. E esse comprovante, pela primeira vez na vida, continha meu nome completo e uma quantia a pagar que eu mesma, com o dinheiro que tanto suei para conseguir, quitei. 
2015 vai chegando ao fim (CARAMBA, JÁ?! POIS É.) e eu me sinto oficialmente em fase de transição para a vida adulta (calma que ainda acho que não cheguei lá).
Há de se levar em conta a imensa gratidão que tenho aos meus pais, que me dão o mais amável e completo apoio e coragem para seguir em frente. Sem eles, nenhum pedacinho de tamanha satisfação seria possível.

Venho me conhecendo e percebendo cada vez mais que definitivamente eu, e apenas eu, sou responsável por minhas escolhas.
Vamos a alguns exemplos: decidi recentemente que farei todo o possível para ser trainee na área profissional em que venho trabalhando; recentemente descobri um novo amor (que mesmo não fazendo a menor ideia e nem ligando para o fato de se dará "certo", estou adorando) e finalmente, depois de 2 anos decidindo local e desenho, marquei a data da minha primeira tatuagem (que já é essa semana!). Ou seja: minha profissão, meu coração e meu corpo, minhas regras e decisões. E olha, preciso confessar que ainda dá um certo medo sim!

Sempre escuto meu pai (como bom psicólogo comportamental) falando sobre reforçamento positivo e acho que, o maior reforçador que posso ter sou tudo que decidi e todo o esforço que faço para ser melhor (pois isso me melhora de verdade).

Houve um tempo em que tudo era motivo para dúvidas:
"Será que assim vão gostar?"
"Será que devo agir dessa forma?"
"Será que um dia poderei decidir?"
"Quando farei isso sozinha?"
"Apesar disso, será que serei feliz?"
E hoje percebo que nenhuma certeza é concreta se um dia não houve dúvida.

Ontem li um texto que diz: 

"Depois dos 25 tudo fica mais apressado, mais estressante e importante. O tempo parece correr contra você e a vida, afoita demais, te passa várias rasteiras. Mas, em contrapartida, você aprende a levantar com graça, recuperar, reorganizar, sossegar e esperar pra ver. Agora, nessa altura do campeonato, você sabe exatamente o que não quer da vida, mas continua sem muita certeza sobre o que exatamente quer. Você aprende que ter grana, beleza e status contam muito no mundo, mas que não deveriam contar..."

Ainda não cheguei aos 25 mas, entre uma economia que faço para abaixar o valor da conta de luz e um esforço maior no trabalho, entre a escolha de um almoço saudável e um fim de semana viajando sozinha e até mesmo entre uma roupa e um acessório diferente, vou percebendo que a vida adulta está cada vez mais próxima e que não há motivo nenhum para temê-la. 



sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Voar e Sonhar - por Messias Tomaz

Bom dia internautas! Hoje acordei e li um belo texto de autoria do meu pai, psicólogo e apoiador direto, Messias Tomaz.
Foi tão importante para o que estou sentindo esses dias que gostaria de compartilhar aqui no blog. Espero que gostem :)

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Meu avô, já dizia: "Catitu, não é pássaro de gaiola..." 
Embora muito atento a suas palavras e ensinamentos, eu discordo plenamente e penso que nenhum pássaro é de gaiola.
Na minha infância, vez por outra, sonhava que estava voando. 
Quando dizia aos pais sobre os meus sonhos, eles me diziam assim: "Criança é assim mesmo, vive sonhando, isso deve ser porque você está crescendo"
Não sei se estavam certos ou errados, só sei que o sonho me deixava feliz demais. 
Hoje, minha amiga Regiane me perguntou: "Você engoliu um palhacinho, no café da manhã?" 
Eu fiquei sem resposta. Então ela me explicou: "É porque estás muito alegre hoje!"
Quando sonho que estou voando, sempre me sinto assim: alegre. 


Certo dia no meu trabalho, Sr. Mário me trouxe um tubo de descarga. Era um escapamento de um ultraleve. Aquilo me chamou a atenção. Fiz o serviço solicitado, mas fiquei curioso demais. Então, na hora de entregar tal serviço, não me contive e perguntei: "Mário, você voa?"
E ele disse: "Sim, sou piloto de asa delta e também de ultraleves. Você já voou?" 

Eu respondi: "Só em grandes aeronaves, mas parece que não tem graça, não é?"
Ele disse: "É, em grandes aeronaves você não se sente um pássaro. Os pássaros provavelmente cantam porque voam!"
Fiquei encantado, e logo fui pedindo uma carona. Queria realizar um sonho de criança.
Mário prontamente me ofereceu este primeiro voo.
Foi indescritível. Fantástico ver a BR bem de cima, o trânsito, os rios, lagoas, matas, prédios, e até um estádio de futebol, com times em treinamento. Como é bom! 
Quando olhamos as coisas só por cima, temos a impressão que somos maiores que todos! 

Aí me lembrei do primeiro palhaço que vi. Era um senhor sobre pernas de pau, mais alto que as árvores. Confesso que quase morri de medo. Não de ver uma queda, mas do palhaço mesmo.
Como seria sua visão com relação às crianças, aos adultos, aos adolescentes e aos que, por um motivo ou outro, não poderiam estar ali no seu lugar? Como seria manter o equilíbrio e ao mesmo tempo usar seu megafone? Lembrar o texto do anúncio do circo? Cantar e alegrar aos pequenos e à todos, ainda menores, por ele estar no alto, no "altão"? Como contamos depois da experiência de vê-lo, no "altão"?
"Não sei, só sei que foi assim...", já disse Chicó no filme 'O Alto da Compadecida'.

É muito bom, voar, sonhar, viver, mas saber que quando olhamos as coisas acontecendo, lá de cima, bem de longe, não devemos, em nenhum momento, concluir que somos maiores, melhores, mais, nem menos inteligentes que os outros...

Obrigado, Mário, pelo voo! Mesmo com tantos outros, minha adrenalina ainda sobe!


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Obrigada pelo texto, pai. Me fez refletir sobre muitas coisas que tenho vivido. Sonhos, planos, grandeza e realizações. Muito em breve farei uma bela homenagem aos pássaros de nossas vidas.