sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Voar e Sonhar - por Messias Tomaz

Bom dia internautas! Hoje acordei e li um belo texto de autoria do meu pai, psicólogo e apoiador direto, Messias Tomaz.
Foi tão importante para o que estou sentindo esses dias que gostaria de compartilhar aqui no blog. Espero que gostem :)

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Meu avô, já dizia: "Catitu, não é pássaro de gaiola..." 
Embora muito atento a suas palavras e ensinamentos, eu discordo plenamente e penso que nenhum pássaro é de gaiola.
Na minha infância, vez por outra, sonhava que estava voando. 
Quando dizia aos pais sobre os meus sonhos, eles me diziam assim: "Criança é assim mesmo, vive sonhando, isso deve ser porque você está crescendo"
Não sei se estavam certos ou errados, só sei que o sonho me deixava feliz demais. 
Hoje, minha amiga Regiane me perguntou: "Você engoliu um palhacinho, no café da manhã?" 
Eu fiquei sem resposta. Então ela me explicou: "É porque estás muito alegre hoje!"
Quando sonho que estou voando, sempre me sinto assim: alegre. 


Certo dia no meu trabalho, Sr. Mário me trouxe um tubo de descarga. Era um escapamento de um ultraleve. Aquilo me chamou a atenção. Fiz o serviço solicitado, mas fiquei curioso demais. Então, na hora de entregar tal serviço, não me contive e perguntei: "Mário, você voa?"
E ele disse: "Sim, sou piloto de asa delta e também de ultraleves. Você já voou?" 

Eu respondi: "Só em grandes aeronaves, mas parece que não tem graça, não é?"
Ele disse: "É, em grandes aeronaves você não se sente um pássaro. Os pássaros provavelmente cantam porque voam!"
Fiquei encantado, e logo fui pedindo uma carona. Queria realizar um sonho de criança.
Mário prontamente me ofereceu este primeiro voo.
Foi indescritível. Fantástico ver a BR bem de cima, o trânsito, os rios, lagoas, matas, prédios, e até um estádio de futebol, com times em treinamento. Como é bom! 
Quando olhamos as coisas só por cima, temos a impressão que somos maiores que todos! 

Aí me lembrei do primeiro palhaço que vi. Era um senhor sobre pernas de pau, mais alto que as árvores. Confesso que quase morri de medo. Não de ver uma queda, mas do palhaço mesmo.
Como seria sua visão com relação às crianças, aos adultos, aos adolescentes e aos que, por um motivo ou outro, não poderiam estar ali no seu lugar? Como seria manter o equilíbrio e ao mesmo tempo usar seu megafone? Lembrar o texto do anúncio do circo? Cantar e alegrar aos pequenos e à todos, ainda menores, por ele estar no alto, no "altão"? Como contamos depois da experiência de vê-lo, no "altão"?
"Não sei, só sei que foi assim...", já disse Chicó no filme 'O Alto da Compadecida'.

É muito bom, voar, sonhar, viver, mas saber que quando olhamos as coisas acontecendo, lá de cima, bem de longe, não devemos, em nenhum momento, concluir que somos maiores, melhores, mais, nem menos inteligentes que os outros...

Obrigado, Mário, pelo voo! Mesmo com tantos outros, minha adrenalina ainda sobe!


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Obrigada pelo texto, pai. Me fez refletir sobre muitas coisas que tenho vivido. Sonhos, planos, grandeza e realizações. Muito em breve farei uma bela homenagem aos pássaros de nossas vidas.



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