Rotular pessoas loucas chamando-as de
ridículas é ridículo.
Rotular pessoas como bem sucedidas é
ridículo.
Gravatas com formas geométricas são
ridículas.
Mandar “beijo” no final da ligação é
ridículo.
Coçar o ouvido com a tampa da caneta é
ridí... nojento, na verdade.
Antigamente eu pensava que as únicas
coisas que me tornavam uma pessoa ridícula eram:
Procurar por auto-afirmação na frente
de desconhecidos, fazer piadas sem graça e me apaixonar.
E querem saber? Se apaixonar é a coisa
mais ridícula em todos os sentidos.
Há muito tempo não o faço, mas lembro
em cada detalhe como é o ritual.
Pensar em uma só pessoa durante todo o
tempo do seu dia é completamente ridículo.
Coração acelerado é ridículo.
Se arrumar é ridículo.
Contar os minutos é ridículo.
Eu gritei com a pessoa pela qual me
apaixonei. E isso foi exageradamente ridículo.
É ridículo perder o controle da situação
quando se ama.
“Mostramos o pior de nós quando
brigamos com a pessoa que mais amamos.”
Se mostrar dessa forma é ridículo.
Sorrir é ridículo. Engraçado você aí
com cara de bobo.
Abraçar inesperadamente é, digamos,
ligeiramente ridículo.
Se lembrar de todas essas situações,
deitado antes de dormir, é a forma perfeita de se sentir ridículo.
E se sentir ridículo tem como conseqüência
uma vontade inegável de nunca mais ser ridículo.
Cair em público é um exemplo ideal.
Olha que legal.
Não dá uma vontade gigantesca de nunca
mais cair?
Não podemos dar vexame, é ridículo
demais.
Nem vestir a roupa ao contrário e ir
almoçar.
Não podemos peidar, oh! Por que? Gases
são ridículos.
Pochete é ridículo. O Doctor Rey é
ridículo.
E se você jogou o nome dele no Google foi ridículo.
Passamos a vida tentando parecer firmes, amáveis e equilibrados, não podemos gaguejar nem sair do banheiro sem dar descarga.
Mas nos esquecemos que o fato mais ridículo da vida é passar por ela tentando não parecer ridículo.
Foto: Doctor Rey
E se você jogou o nome dele no Google foi ridículo.
Passamos a vida tentando parecer firmes, amáveis e equilibrados, não podemos gaguejar nem sair do banheiro sem dar descarga.
Mas nos esquecemos que o fato mais ridículo da vida é passar por ela tentando não parecer ridículo.
Foto: Doctor Rey