sábado, 26 de julho de 2014

Carta à um "não-amor"

Vou começar te contando do clima. Sabe como é, né?! Preciso dar uma disfarçada com assuntos inúteis antes de começar a falar sobre o verdadeiro motivo a que se destina esse texto. Então, hoje amanheceu chovendo. O clima está bem frio e úmido como a cidade proporciona a quem escolhe viver por aqui. Os transeuntes passam pelas ruas com suas capas de chuva e guarda-chuvas e todos como sempre tem destinos incertos. Vão para onde se sentem atraídos, como velhos e bons turistas de cidades históricas. E eu continuo aqui, no mesmo posto de sempre. O meu posto de solidão, exaustão e mal humor. Continuo a mal dizer o tempo e as coisas que acontecem sem ter porquê. Continuo com a cara fechada que você costumava odiar... Aliás, deixo de rodeios e digo logo que hoje senti sua falta. Senti mesmo. Depois de meses tive a sensação de que deveria ter me despedido com essa frase: "vou sentir sua falta". Porque por mais que eu tenha dito que não iria sentir, te contradizendo toda vez que me falava que eu sentiria, sabia que no fundo essa hora ia chegar. Tantas vezes eu ri de você quando sismava em repetir frases impactantes sobre saudade e tempo... e eu nem parava pra pensar em como o tempo me afetou e em como eu me ceguei a somente uma pessoa e não tive tempo em te olhar com outros olhos... não tive tempo de me apaixonar por você de verdade e de coração. Em suma, não aproveitei o tempo que tive com você, antes que você partisse de vez. A propósito, te confesso agora que deixei escapar uma lágrima quando o vi sair por aquela porta. Desculpa, minha alma é só e não se acostuma nunca com o fato de perder qualquer que seja a companhia. Não vi apenas você saindo, vi o seu perfume, o seu abraço, seu beijo e as coisas que dizia pra me fazer sorrir. Vi sair pela porta uma oportunidade que a vida me deu e que eu deixei passar. Vi sair um possível amor e uma pequena vontade em me apaixonar. Vi muitas coisas saindo além do seu olhar.
Bom, é isso que queria contar. Só que senti saudade de você por hoje e espero sinceramente que amanhã passe, pois sei que não voltarei a te ver, mesmo que essa saudade aumente.

Ah! Mais uma coisa: obrigada por ter sido pra mim um "não-amor": uma pessoa que me fez bem, mas passando pouco tempo comigo não me fez amar. E assim, não me trouxe dores como todos os já conhecidos e velhos amores.

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