"She works at hot topic
His heart microscopic
She thinks that it's love but to him it's sex"
Dizem por aí que nada na vida é por acaso. Mas é estranho pensar que a história de Amanda e Marcos não estava prevista. Não haviam dados suficientes no horóscopo, se pudessem traçar um mapa astral as constelações confundiriam qualquer bússola e bem na época Mãe Dináh já havia partido dessa pra uma melhor. Ninguém nunca escreveu um livro que contasse coisa parecida e nem mesmo revistas para adolescentes colocariam em seus "testes" uma possibilidade dessas. Aconteceu há duas semanas atrás e, a meu ver, não tornará a acontecer novamente. Infelizmente. Foi uma história curta, sem dramas, sem coadjuvante, sem cenário, sem cachê. Uma história de fazer inveja em qualquer um que se atreveu a sofrer por amor durante anos e também àqueles que vivem histórias de uma noite. Aliás, está aí um detalhe que não posso deixar passar despercebido: Amanda sofre há anos por uma pessoa e Marcos sempre vive histórias de uma noite. Então, por que diabos eles se olharam aquele dia, no trabalho, e pensaram absolutamente a mesma coisa?! O psicólogo de Amanda havia dito para não se precipitar e a melhor amiga de Marcos aconselhava que ele procurasse urgente por um romance duradouro. Mas nenhum deles pensou nos conselhos. Naquele momento, parados no fim do turno e sozinhos no escritório, só pensavam que poderia sim haver uma história de amor entre eles, mas que fosse confortável aos dois. Amanda decidiu que não sofreria, e Marcos, por sua vez, decidiu que não se apaixonaria. Perfeito. Ele se levantou, foi até a mesa dela, se sentou e disse, sem nenhuma introdução:
_ Ouviu o que eu disse hoje, na hora do almoço?
_ Você foi transferido para outra cidade - respondeu ela sem nenhum questionamento
_ Fico só mais duas semanas. Quer sair comigo? - disse ele meio rápido demais
_ Ah, sim, claro. Aonde quer ir? - respondeu ela na mesma velocidade
_ Não sei, talvez ali, no restaurante da esquina.
Dito isso, se levantaram. Ele dobrou o braço para deixar que o dela se acomodasse no vão, e partiram para o encontro. Conversam por horas à fio, até que ele a roubou um beijo. Foi um beijo bom, sereno e sem muita baba. Não foi daqueles de filme, mas Luana sentiu que também não era qualquer beijo bobo. Encaixaram-se ali por alguns minutos e, pensando novamente em conjunto, decidiram que não falariam sobre o assunto. Tantas outras preocupações e pensamentos dentro de cada um, que falar sobre aquilo demandaria tempo e distração. Por isso decidiram viver essa história com tempo limitado de uma maneira leve e sutil, sem "DR's" ou exigências. Viveram, apenas, aquele romance improvisado, imprevisto e ligeiro. E descobriram em um curto tempo que a vida precisa ser aproveitada sem muitas complicações. Porque, querendo ou não, um romance "escrito nas estrelas" sempre tem chateação.
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