sexta-feira, 23 de maio de 2014

Escrito nas estrelas

"She works at hot topic
His heart microscopic
She thinks that it's love but to him it's sex"


Dizem por aí que nada na vida é por acaso. Mas é estranho pensar que a história de Amanda e Marcos não estava prevista. Não haviam dados suficientes no horóscopo, se pudessem traçar um mapa astral as constelações confundiriam qualquer bússola e bem na época Mãe Dináh já havia partido dessa pra uma melhor. Ninguém nunca escreveu um livro que contasse coisa parecida e nem mesmo revistas para adolescentes colocariam em seus "testes" uma possibilidade dessas. Aconteceu há duas semanas atrás e, a meu ver, não tornará a acontecer novamente. Infelizmente. Foi uma história curta, sem dramas, sem coadjuvante, sem cenário, sem cachê. Uma história de fazer inveja em qualquer um que se atreveu a sofrer por amor durante anos e também àqueles que vivem histórias de uma noite. Aliás, está aí um detalhe que não posso deixar passar despercebido: Amanda sofre há anos por uma pessoa e Marcos sempre vive histórias de uma noite. Então, por que diabos eles se olharam aquele dia, no trabalho, e pensaram absolutamente a mesma coisa?! O psicólogo de Amanda havia dito para não se precipitar e a melhor amiga de Marcos aconselhava que ele procurasse urgente por um romance duradouro. Mas nenhum deles pensou nos conselhos. Naquele momento, parados no fim do turno e sozinhos no escritório, só pensavam que poderia sim haver uma história de amor entre eles, mas que fosse confortável aos dois. Amanda decidiu que não sofreria, e Marcos, por sua vez, decidiu que não se apaixonaria. Perfeito. Ele se levantou, foi até a mesa dela, se sentou e disse, sem nenhuma introdução: 
_ Ouviu o que eu disse hoje, na hora do almoço?
_ Você foi transferido para outra cidade - respondeu ela sem nenhum questionamento
_ Fico só mais duas semanas. Quer sair comigo? - disse ele meio rápido demais
_ Ah, sim, claro. Aonde quer ir? - respondeu ela na mesma velocidade
_ Não sei, talvez ali, no restaurante da esquina.
Dito isso, se levantaram. Ele dobrou o braço para deixar que o dela se acomodasse no vão, e partiram para o encontro. Conversam por horas à fio, até que ele a roubou um beijo. Foi um beijo bom, sereno e sem muita baba. Não foi daqueles de filme, mas Luana sentiu que também não era qualquer beijo bobo. Encaixaram-se ali por alguns minutos e, pensando novamente em conjunto, decidiram que não falariam sobre o assunto. Tantas outras preocupações e pensamentos dentro de cada um, que falar sobre aquilo demandaria tempo e distração. Por isso decidiram viver essa história com tempo limitado de uma maneira leve e sutil, sem "DR's" ou exigências. Viveram, apenas, aquele romance improvisado, imprevisto e ligeiro. E descobriram em um curto tempo que a vida precisa ser aproveitada sem muitas complicações. Porque, querendo ou não, um romance "escrito nas estrelas" sempre tem chateação.



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