terça-feira, 8 de abril de 2014

Thalita não ama ninguém

Thalita não gosta de seu próprio nome. Aquele "H" ali no meio é estranho e a sílaba "LI" soa um pouco desnecessária. Nunca gostou de aplausos, nem de multidões, também.
Quando a conheci, não gostava muito de conversar. Tímida, mas de um sorriso de fazer inveja, não dava papo para quem se aproximava demais. Thalita não gostava de bebidas amargas. Nem mesmo de alimentos doces e coloridos. Preferiu ter poucos amigos, mas os que tem são, na minha humilde opinião, os melhores de se ter. Thalita os tem de modo equilibrado. Não precisa demais deles nem eles dela. Se gostam, se divertem, mas tudo na medida certa. Alguns choram em seu ombro, outros nem tanto. E ela chora também. Mas é discreta. Não gosta de incomodar ninguém.
Thalita tem um família linda. Irmãos pequeninos e dois cachorrinhos. Gosta de ver tv com a avó e de jogar cartas com o vovô. Quando está em casa, é festa atrás de festa. O pai tem um orgulho enlouquecedor por ela.
Mas uma coisa é certa e nada me tira essa ideia: Thalita não ama ninguém.

[Calma, Thalita. Eu sei que me disse que ama.] 

Mas é que o meu conceito de amor é diferente (/deficiente). E acho que desse amor que eu conheço, você não tem... vai é mais além! Quando vejo sua maneira de perdoar e a forma de cuidar das coisas que lhe são de valor, percebo em seu olhar um sentimento muito além do amor.
Eu sempre digo e vou dizer de novo a todos me rodeiam: existem momentos e sentimentos na vida que não se nomeiam. Se quer chamar o modo como trata as pessoas que te cercam de "amor", que chame. Mas eu não concordo. Um dia há de haver outro nome. É um misto de todas as coisas boas que já vi na vida com uma pitada de mal humor. Sim, mal humor. Aquele humor que diz claramente: 
"Aqui no meu mundo ninguém mente! Ninguém mete o nariz na forma como eu conduzo as coisas que me fazem feliz." 
Queria que soubesse, Thalita, que você já é, e ainda há de ser [mais] uma pessoa de destaque nesse mundinho miúdo e hipócrita em que vivemos. Que com essa áurea de mulher-coragem que carrega, vencerá qualquer tristeza que possa um dia te amedrontar. Você vai sempre vencer, querida. E de uma forma leve e sem dramas. Vai descobrir nessa sociedade bagunçada uma maneira de ver e sentir de forma abençoada.
Poxa, Thalita, não me leve à mal quando digo que você não ama ninguém. Quero apenas que entenda, com minhas palavras humildes e de forma corrida, que você é uma das pessoas que me fazem ter esperança na vida.


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